ANDERSON GOUVEIA

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domingo, 20 de março de 2016

A arte de se multiplicar!

A arte de se multiplicar

Muito tempo sem escrever para o meu blog, motivo? Diversos!
Antes eu era  coordenador da academia Via Aventura, treinador de escalada, marido, route setter, escalador, corredor de montanha e agora uma missão ainda maior: pai!
Com a chegada de Luana há 6 meses atrás nossas vidas se transformaram e ainda estamos nos adaptando com a nova realidade! Novos horários, rotinas  etc. Mas passado esse turbilhão inicial enfim  agora  consegui voltar a viajar, foi duríssimo deixar minha casa com minhas garotas, mas o trabalho é importante e a missão era nobre.
Fui para Los Angeles, nos EUA acompanhar os atletas  Mariana Hanggi e  Alexandre Tanhoffer para realizarmos treinos em terreno diferente ao qual estamos habituados buscando uma evolução ainda maior no desempenho de ambos. Passamos uma semana escalando nos principais ginásios de Los Angeles e região, passamos pelos:  LA Boulders, Sender One, Rockreaction e Cliffs of Id.
Porque ? Ao longo da minha carreira como atleta de escalada sempre percebi que experiências diversas de escalada aumentam muito as capacidades físicas e mentais de um atleta e quanto maior o  vocabulário de movimentos que  escalador  adquirir melhor e mais completo ele será.  Nas principais competições mundo a fora as agarras são sempre diferentes das do Brasil, uma dificuldade a mais. Os ginásios aqui no Brasil não conseguem ter a variedade e nem a quantidade de agarras vistas lá fora.
Por exemplo, ao montar vias no ginásio onde trabalho, que é  um dos maiores ginásios da America do Sul muitas vezes  tenho que economizar nas agarras grandes, pois a quantidade sempre é limitada,  elas são extremamente caras por aqui e isso acaba por empobrecer  e limitar nossa criatividade.
Pois bem, lá isso não existe, além de você quase não ver agarras repetidas na parede os ginásios também tem excelentes áreas de treinamentos,  mais de 10  fingerboards , campus de tudo quanto é jeito,  além das paredes serem super bem texturizadas.  Escalar em outros ambientes oferece  também uma grande oportunidade de escalar  à vista e com muitos estilos diferentes de vias, pois em média cada ginásio tem entre 5 a 10 route setters. (pessoa que monta as vias).
Essa foi uma grande oportunidade para a Mariana Hanggi, que aos 9 anos já vem se destacando em competições nacionais e internacionais. Guardem esse nome pois ainda vão ouvir falar muito nela, bi campeã  brasileira infantil e campeã  paranaense infantil conseguiu também um super feito conquistando  o sexto lugar no Petzen Trophy na Áustria em 2015, com mais de 30 paises e mais de 300 crianças distribuídas em diversas categorias. É um pequeno diamante sendo lapidado, muito disciplinada e muito focada ama a escalada de uma forma rara e bonita, fazendo com que ela consiga treinar, evoluir e se divertir ao mesmo tempo. A Mariana aproveitou cada momento nos EUA e deixava boquiabertos muitos atletas nos ginásios,  várias pessoas vieram falar comigo depois de vê-la escalando. Seus feitos nessa viagem foram a cadena de um 7 A à vista , dois V5 e um V6 nos ginásios por onde passamos.
O outro atleta que esteve comigo foi o Alexandre Tanhoffer de  16 anos. Ele sempre foi uma grande aposta, começamos como um desafio e ele  vem evoluindo e se mostrando  uma realidade. Tenho certeza que  ainda tem muito a crescer no esporte, a cada dia conhece mais a escalada e adquire mais experiência,  já  viajou comigo duas vezes  para  a Itália, foi também a  Tailândia e agora EUA.  É um garoto disciplinado e tranqüilo, nessa viagem seu grande feito foi encadenar um 8º grau e um V7 à vista. Assim como eu e um apaixonado pelas montanhas, sendo assim estou incentivando ele a  participar de corridas de montanhas também.
Esses dois jovens escaladores estão tendo uma grande oportunidade e souberam aproveitar muito bem!   Mal começaram a escalar e já conhecem as duas maiores escolas de competição no mundo:  Estados Unidos e Europa.
A preparação de um futuro campeão tem que começar muito cedo para se ter êxito no esporte, conversando com grandes nomes da elite da escalada mundial se percebe que a faixa etária de quando começaram é bem baixa e a evolução veio naturalmente ao longo dos anos sem forçar a barra até o ponto em que se inicia nos treinos.
O próprio esporte já faz sua seleção natural seja ele qual e for e na escalada não é diferente, há  os que querem ser atletas e os que nasceram pra isso, por diversas razões. Hoje me dedico a trabalhar somente com atletas do juvenil  para tentar mudar e criar um cenário novo no Brasil para aumentar ainda mais o êxito  dos nossos atletas nas competições internacionais e nacionais, foco sempre no futuro! Sonho em um dia poder ver um atleta brasileiro campeão mundial de escalada.
Nessa viagem  sem duvidas os dois tiveram uma grande experiência viajando sozinhos e tendo que se virar sem os pais. Para mim também foi uma experiência, por mais que eu já tenha viajado outras vezes com adolescentes em outras  ocasiões sempre é um desafio, mas essa  tarefa me foi dada e cumprida, pois um adolescente e uma criança são extremamente diferentes, para comer, dormir, ouvir musica etc... no fim acaba até sendo  engraçado! Perdi as contas de quantas vezes Mariana derrubou coisas em mim, como água suco etc...
Voltamos com uma grande bagagem de conhecimento e preparados pelo que vem pela frente...
Nessa viagem  ainda consegui participar da meia maratona (21Km) de corrida de montanha “Stemped Single Track” conseguindo um sexto lugar geral e terceiro na categoria. A prova foi na região das montanhas de Santa Mônica.
Tenho gostado cada vez mais de participar de corridas de montanha  e os anos pelas montanhas tem me ajudado e muito nesse novo desafio que escolhi. É mais uma forma de me manter junto a natureza e nas montanhas que tanto amo.
No fim,  de volta a casa, saudade resolvida, muitos beijos na Luana e na Ana e  pronto para o próximo desafio:  serei o Route Setter chefe do Brasileiro de Boulder 2016 e pode apostar que o time de Route Setters vão dar um show! O evento vai ser um Curitiba na metade de abril.
Abraços e até a próxima














sábado, 18 de julho de 2015

Viajar é preciso! Relato das minhas últimas viagens: EUA, Europa e África

Viajar é preciso! 2015 ano de muitos acontecimentos e muitas viagens! Foram duas trips: uma para os EUA e outra para a Europa e África.
Esse ano sem dúvidas foi e esta sendo um ano muito importante, pois é esse ano que vou receber meu pacotinho, Luana vem ai, família crescendo!
Estamos muito orgulhosos em mais um projeto realizado, eu e a Ana estamos muito felizes e ansiosos para o grande dia.
Já tínhamos marcado com antecedência nossa ida aos EUA em março e aproveitando a oportunidade essa acabou virando uma viagem de escalada e de compras para o enxoval da nossa princesa, retornamos a CA na região de Los Angeles, onde já somos bem locais e resolvemos conhecer um dos picos mais importantes de boulder do mundo: Stoney Point
Pouco conhecido entre os jovens Stoney Point foi a meca e foi onde o boulder deu seu start!
Grandes nomes deixaram marca nesse pico, que sem dúvidas foi a escola de grandes escaladores como Yvon Chouinard, John Bachar, Jhon Long, Royal Robbins  e muitos outros.
Foi a Meca dos anos 80 nos EUA.



Conta com  mais de 100 problemas entre v0 e V10.
Fácil acesso pois fica dentro da cidade,  deixando o carro na estrada você já vê e acessa os primeiros blocos, é um pico sempre cheio por ser muito tradicional, vale muito a pena conhecer e se divertir e ver onde essa turma das antigas treinava para escalar em Yosemite.
Também fomos ao Tunel Boulder em Malibu Creek, um pico já bem escondido e que muitas vezes lembra Magic Wood na Suiça, pois os blocos estão entre um rio também.



Não é um grande pico e as bases são horríveis mas se você estiver por lá vale a pena conhecer.
E para finalizar como sempre fiz minha caçada aos ginásio locais para ver o que rola de idéias e novidades, fui parar no Sender One do Chris Sharma, um pouco afastado de Los Angeles mas vale muito a pena conhecer, estrutura muito bacana e dela vieram algumas idéias para melhorar ainda mais  nosso sistema na Via Aventura, procurando sempre estar a altura dos ginásio gringos.

Aproveitei que estava por lá e participei dos 12 km da corrida de montanha Ahmanson Trail Run! Cada vez mais tenho gostado de participar de corridas de montanha, o clima entre os atletas é sempre leve, divertido e serve de treinamento pra mim também!
E por fim acabei de voltar da Europa onde mais uma vez estive a frente da equipe que representou o Brasil no Petzen Climbing Trophy, Antes disso fiz um pequeno stop no Marrocos, país que sempre tive grande curiosidade de conhecer, onde você encontra muitas  cores e aromas Um casal de amigos locais nos mostraram a cidade e um dos picos mais próximos a Casa Blanca:  Beslimare.
Foi uma passagem rápida mais muito interessante em relação a escalada e a cultura pois nunca havia estado em um país islâmico em pleno Ramadam.





Depois de lá fui para Chamonix na França, onde pretendíamos escalar o Mont Blanc e participar da corrida de montanha "10km du Mont Blanc". Fizemos a tentativa na montanha e muito próximo do cume tive que dar por encerrada minha tentativa devido a um principio de congelamento em um dos dedos da mão, deixando em stand by esse cume.




Logo depois voltei a cidade  para o evento Marathona du Mont Blanc,  com 7000 atletas, 35 nações e diversas distancias a serem percorridas, incluindo a nossa prova.
Chamonix é o berço do alpinismo e sem duvida a terra das corridas de montanha.
A cidade respira corrida nessa época... é algo do outro mundo!
Como só consegui  inscrição para os 10km lá fomos nós.
Consegui o 60º lugar entre 1260 inscritos, uma honra para mim, mas o melhor mesmo foi a sensação incrível de ver pessoas da comunidade nas ruas e trilhas incentivando e tocando as sinetas.. foi algo emocionante.

Dali parti para Arco na Itália, sempre Arco! Minha oitava vez ali sem repetir vias....
Encontrei o time que iria competir na Áustria e passamos alguns dias escalando pelos diverso setores da região.



E por fim fomos para a competição em Sant Michael na Áustria com grandes expectativas.
Mariana Hanggi, Ale Tanhofer, Carol Nascimento e Hellen da Silva estavam preparados para o combate, mais de 250 atletas de 25 nações.
Foram três dias de provas onde os atletas competiram em velocidade, boulder e dificuldade.
Mariana foi o destaque do time, a atleta mirim de apenas 8 anos liderou as eliminatórias e acabou na sexta posição por apenas uma agarra de diferença das demais atletas (todas caíram na agarra de cima) para conquistar a vitória tão sonhada, dessa forma ainda a Mariana  superou sua marca do ano passado melhorando muito seu desempenho e suas em todas as modalidades.
Nunca fiquei tão nervoso em uma final como naquele dia, as vezes é mais sofrido estar olhando como técnico do que participando como atleta...





Nessa viagem aprendi muitas coisas novas, a gente vai ganhando experiência ao longa da vida,  mas sempre está aprendendo.  Minha vida já vinha caminhando para isso nos últimos ano e futuramente meus planos são  trabalhar apenas com com crianças.
Infelizmente no próximo ano não tenho mais a pretensão de retornar com um time, espero que o cenário no Brasil seja tão bom que não tenhamos mais de ir tão longe para que nossos futuros atletas vivam a  experiência de grandes competições.
Em alguns dias teremos novamente aqui em Curitiba o Campeonato Brasileiro Infanto Juvenil,  evento  que acontece pela segunda vez e acho que veio para ficar, é a oportunidade da criançada ter experiência em evento voltados só para eles.
Ufa! Foram quase 30 dias de muito calor no Marrocos, frio na França e muitoo calor na Itália. Mas viajar sempre é maravilhoso, e agradeço por cada dia que posso estar enriquecendo minha cultura, meu trabalho, minhas amizades e minha vida!
Só tenho a elogiar os nossos atletas pelo empenho, esforço e dedicação, vocês foram 10, cada um a sua maneira!
Escalamos, nos divertimos, brigamos, corremos, subimos montanha e algumas amizades se fortaleceram! Isso é viajar!!!!
Mais uma vez obrigado ao suporte de quem sempre nos ajuda, aos amigos, país dos atletas, galera do ginásio e aos meus patrocinadores: YouClimb, La Sportiva Brasil e Via Aventura.
E um super especial a minha mulher Ana Paula que aguentou a bucha de ficar aqui em plenos 7 meses de gravidez sem minha ajuda enquanto eu passava dias trabalhando longe de casa!
Obrigaduuuu a todos, e bora subir pedraaaa!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Escalada Juvenil Brasileira, a importância de se preocupar com o futuro.


"O futuro é uma espécie de banco ao qual vamos remetendo, um a um, os cheques de nossas esperanças. Ora, não é possível que todos os cheques sejam sem fundo". (Mario Quintana)


Fotos: arquivo pessoal e site www.altamontanha.com.br


Alguns atletas que já estiveram participando dos projetos
 e competições de incentivo a Escalada Juvenil no Brasil 
  

 Prêmio Destaque do Esporte de Montanha 2014

Neste mês de dezembro tive a agradável surpresa de receber do "Blog Descalada" um  prêmio  pelos meus projetos de incentivo a escalada juvenil no Brasil.
Há quase 10 anos venho realizando projetos com a escalada juvenil, na verdade acredito que minha vida seria muito mais fácil e tranqüila se eu estivesse engajado apenas em meus projetos pessoais como atleta, como coordenador da academia Via Aventura ou como sócio de uma loja de equipamentos para escalada. Mas a escalada juvenil foi entrando na minha vida de uma maneira que hoje não consigo mais separar as coisas.  É claro que fazendo desta forma não consigo me dedicar 100%  mas tento fazer o melhor possível, pois bem ou mal tudo está ligado a mesma paixão: a escalada.
Sempre trabalhei em ginásios de escalada então ao longo da minha vida já ajudei muitos iniciantes a conhecer e evoluir na escalada,  muitos destes eram crianças ou jovens com um super potencial de evolução no esporte. Mas sempre havia um problema: com a falta de incentivo eles acabavam sem motivação para treinar pois quando tinha um campeonato era o Campeonato Brasileiro adulto.
Viajando para competir pelo mundo fui vendo que todos os grandes atletas começaram a treinar muito cedo e a maioria já vivenciava há muito tempo este universo de competição na escalada, sendo em campeonatos infantis regionais, em campeonatos junior ou até no Mundial Juvenil antes de chegar ao adulto. Eu comecei a escalar com 12 anos (o que já não é tão cedo) e como eu queria que isso tivesse acontecido comigo, que eu tivesse possibilidade de ter um grande ginásio para escalar, um treinador para me orientar e  campeonatos específicos para minha faixa de idade... Mas naquela época a evolução mundial da escalada já estava acontecendo enquanto o Brasil  estava apenas começando a conhecer a escalada de competição.

Os primeiros Mundiais Juvenis como Treinador

David Lama no Juvenil da Áustria
Como eu disse ao longo da minha história na escalada eu conheci e treinei muitos jovens com um potencial grande mas  o primeiro que realmente teve possibilidade de  viajar comigo para competir em um mundial juvenil foi o Dhyan Amorin em 2005 na Áustria. Naquele campeonato juvenil o grande vencedor o David Lama que hoje também já é bem conhecido pelos brasileiros. 
 Áustria em 2005



Depois disso em 2008 voltei a viajar como treinador do atleta Caio Lopes, que participou do mundial juvenil da Austrália onde tive também o prazer de ser um dos route setters da competição.  Estive com o Caio em outros 2 Mundiais Juvenis e uma Copa do Mundo.
Eu e o Caio Lopes na Austrália em 2008

Route Setter  no Campeonato Mundial
Juvenil de 2008





















Projetos Pró-Escalar 2009 e 2010

Vendo aquela multidão de atletas tão pequenos e fortíssimos surgiu uma imensa vontade de investir em um projeto no Brasil. Então em 2009 com apoio da Fepam e da CBME foi criada a primeira Seleção Brasileira Juvenil  com o projeto Pró-Escalar. Os atletas foram selecionados através de um campeonato e à partir daí tiveram o suporte de  voluntários educadores físicos orientando os treinamentos e também  médicos, fisioterapeutas e outros profissionais.  Neste ano conseguimos um patrocínio da empresa Kraft   que viabilizou que o primeiro lugar de cada categoria ganhasse a passagem aérea  para a cidade de Valance na França onde aconteceu o Mundial Juvenil. Ao todo 14 atletas de diferentes categorias participaram do Mundial. Foi um grande ano.
Seleção Brasileira Juvenil no Campeonato Mundial
 Juvenil de Valence- França 2009


O projeto se repetiu no ano seguinte em 2010 sendo que neste ano também conseguimos  patrocínio de parte das passagens aéreas para o Campeonato Mundial Juvenil em Edimburgo na Escócia.
Nestes projetos empresas brasileiras como a Conquista apoiaram os atletas  oferecendo material como mochilas, cadeirinhas, uniformes.. Academias como a Via Aventura, a Campo Base e a Casa de Pedra ofereceram os espaços para as seletivas e os treinamentos. Outras empresas como a Território, a CBL Tech , Curtlo, Pico Paraná e Pro Grip também apoiaram os atletas.
Seleção Brasileira Juvenil no Campeonato
Mundia de Edimburgo-Escócia 2010


Tenho que ser sincero que foi neste mesmo período que senti uma imensa tristeza com a falta de apoio e pelas muitas críticas de escaladores pelo Brasil. Poucas pessoas se ofereceram realmente para ajudar no projeto, mas muitas apareceram para apontar o que faltava ou dar “sugestões” no projeto. Eu tinha deixado de lado meus próprios treinamentos e minha família para cuidar da Seleção Juvenil, então eu acreditei que pelo numero de pessoas se envolvendo dessa forma em nosso projeto era possível que essas mesmas pessoas viessem a criar um projeto próprio ou dar continuidade ao que tínhamos começado, os anos se passaram e não aconteceu.
Alexandre Tanhoffer no Petzen Trophy

Petzen Trophy
Então três anos depois em 2013,  vendo que  tudo relacionado a isso estava parado eu retomei minha idéia de incentivar os pequenos, mas desta vez em um projeto menor e mais particular eu viajei com atleta Alexandre Tanhoffer para ele participar de um campeonato juvenil que acontece todo ano na Áustria, o Petzen Trophy, que é um campeonato com atletas ainda mais jovens que o campeonato mundial ( no mundial a idade mínima é 14 anos, no Petzen Trophy 6 anos).
Petzen Trophy 2013 na Áustria
















Estando lá e vendo aquelas crianças representando seus países com tanto amor encontrei novamente motivação para mais uma vez  investir no  Brasil, então em 2014 consegui juntar uma equipe de 5 atletas para ir a Áustria novamente e neste ano as escaladoras Hellen Christina (categoria acima de 16 anos) e Mariana Hanggi (categoria abaixo de 10 anos) conquistaram excelentes colocações, 6º e 7º lugar.
Marina Hanggi e Francisco Grando no Petzen Trophy 2014

Equipe de 2014: eu, Hellen. Alexandre, Mariana,
Francisco e Pedro.

Retomada das Competições Juvenis

Em 2014, voltando da Áustria também retomei a organização de competições nacionais juvenis, também com um projeto  menor com “teste”, que foi o 1º Paraná Open de Escalada Infanto Juvenil. Este campeonato foi nos mesmos moldes do Petzen Trophy, com 4 categorias separadas para atletas de 6 a 18 anos. Fiquei surpreso e extremamente feliz com a quantidade de empresas  que me procuraram espontaneamente oferecendo apoio e voluntários oferecendo ajuda na organização. Para mim foi um momento muito especial pois vi as três academias de escalada de Curitiba (Campo Base, Via Aventura e Caverna) trabalhando juntas na organização do evento.
Organização do Paraná Open Infanto Juvenil 2014



















Depois deste campeonato muitos pais me procuraram perguntando sobre a possibilidade de seus filhos estarem participando do Petzen Trophy de 2016 então minha perspectiva é de que no próximo ano a gente possa ter uma equipe ainda maior participando de eventos internacionais e nacionais.
Cada vez mais vejo vídeos e fotos de pequenos escalando pelo Brasil, muitos desses são filhos de escaladores da minha geração, então acredito que este é o momento de investir no futuro. Se conseguirmos encontrar uma forma de mantê-los no esporte acredito que temos todas as possibilidades de em um futuro próximo ter uma equipe forte com vários atletas representando o Brasil em campeonatos mundiais de escalada e por que não dizer, um campeão ou campeã mundial de escalada.


Vejo muitos pais incentivando sozinhos seus filhos nesta empreitada então neste momento acredito na força da união. Atletas jovens nós temos, o que precisamos no momento são pessoas motivadas a se unir para ajudá-los. Quando você incentiva um jovem a escalar nada se perde, mesmo que um dia você perceba que ele não gosta do ambiente de competições com a prática provavelmente seu desenvolvimento físico e mental  (tão importantes nesta fase) foram aprimorados e isso ele vai levar pelo resto da vida. Independente do ambiente de competição, quanto mais incentivarmos os jovens a escalar mais praticantes teremos e a escalada brasileira depende disso.


Agradeço imensamente pelo prêmio e pelo reconhecimento dado pelo Blog Descalada e por cada atleta que já treinou comigo ou que já participou dos projetos ou competições. Cada passo é importante, o incentivo das entidades ligadas a escalada no Brasil, o apoio dos pais, o apoio das empresas, o apoio das academias de escalada e de seus instrutores,  a participação dos jovens nestes projetos e competições e até a presença do público que assiste essas competições são forças que somadas farão o futuro da escalada no Brasil.
Um grande abraço a todos.

Fotos: arquivo pessoal e site altamontanha.com.br
Seleção Juvenil de 2009

Mariana Hanggi escalando comigo no Anhangava

Organização das Competições Juvenis

Cartaz da Seletiva de 2009



Seletiva de 2010

Mundial da Áustria 2005

Mundial da Austrália 2008

Petzen Trophy